Por Luiz Vieira e Gabriel Alcântara –
Nos últimos anos, a oferta de produtos disponíveis ao consumidor cresceu substancialmente. A qualidade do produto, algo que era visto como diferencial, tornou-se um pré-requisito para a permanência no mercado. Diante disso, na indústria alimentícia há uma preocupação cada vez maior com o controle de qualidade de alimentos, que abrange normas vigentes, a segurança do produto, expectativas e necessidades do cliente. Tendo uma correta implementação, esse controle garante uma vantagem à empresa. Isso ocorre porque um produto de qualidade apresentará um maior grau de fidelidade de clientes, bem como a recomendação por parte destes a outros possíveis consumidores. Ademais, a qualidade do produto evita que surjam problemas de seguridade, resguardando a imagem da empresa. Saiba mais sobre o assunto no texto a seguir.5s: o que são?
Programas de controle de qualidade exigem cada vez mais o uso de ferramentas para a otimização. Dentre eles, existe o 5S, que visa levar uma maior organização à rotina do setor industrial. Essa ferramenta tem como principais objetivos combater desperdícios e educar o pessoal envolvido com o processo. Surgido no Japão, o 5S, assim chamado pelas iniciais das palavras, é dividido em cinco fases, sendo todas interligadas e dependentes da anterior. Elas são:- Seiri – organização, utilização, liberação da área;
- Seiton – ordem, arrumação;
- Seiso – limpeza (senso de limpeza);
- Seiketsu – padronização, asseio, saúde;
- Shitsuke – disciplina, autodisciplina;
- Maior segurança no desenvolvimento das atividades;
- Melhoria do ambiente de trabalho;
- Menos falhas humanas durante o trabalho;
- Maior facilidade para encontrar problemas;
- Diminuição do desperdício de tempo na busca por itens;
- Aumento da confiança da equipe.
Boas Práticas de Fabricação e o controle de qualidade
Para assegurar que uma produção de alimentos seja segura, saudável e dentro de condições sanitárias e de normas vigentes, é necessário que se adote alguns de procedimentos. Conhecidas como Boas Práticas de Fabricação (BPF), essas atividades são obrigatórias para todo o ramo alimentício, de acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Essas práticas, em geral, consistem em:- Limpeza e conservação de instalações;
- Qualidade da água;
- Recebimento e estocagem de matéria-prima;
- Qualidade da matéria-prima;
- Higiene pessoal;
- Controle integrado de pragas;
- Calibração de instrumentos;
- Treinamentos periódicos para funcionários.
Procedimentos Operacionais Padrões (POP’s)
Em uma empresa, há diversas atividades ocorrendo ao mesmo tempo, cada uma com suas especificações. Assim, para a organização desses procedimentos, existe uma ferramenta conhecida por POP, Esta é definida como uma descrição objetiva de instruções sobre uma atividade na produção de alimentos, podendo ser na elaboração, transporte ou armazenamento. Este programa é de suma importância para uma empresa, já que imprevistos podem ocorrer como uma máquina apresentar erros e o responsável não se encontrar no local. Por isso, os POP’s são importantes para se saber como contornar a situação. A principal diferença entre os POP’s e o manual de BPF’s é que os primeiros devem ser documentos de gestão para o planejamento do trabalho a ser executado, enquanto o segundo é o documento oficial que contém a descrição sobre a empresa e como ela realiza alguns procedimentos quanto a normas sanitárias. Muitas vezes os procedimentos operacionais são anexos do manual de boas práticas.Gestão de Qualidade Total
Segundo a norma NBR ISO 9001:2008, qualidade é o “grau no qual um conjunto de características inerentes satisfaz a requisitos”. Ou seja, todo produto que possua características desejáveis pelo cliente e o satisfaça é considerado um produto de qualidade. Dessa forma, a TQM (Total Quality Management), sua sigla em inglês, é, fundamentalmente, um conjunto de técnicas utilizadas para a obtenção de um aumento contínuo de produtividade e competitividade por meio da melhoria da qualidade. Assim, obtendo-se uma boa gestão, o produtor aumenta suas chances de cativar e fidelizar o consumidor. Os princípios básicos da TQM são agrupados nos denominados “10 mandamentos da Qualidade Total”, que são:- Satisfação do cliente;
- Delegação;
- Gerência;
- Melhoria Contínua;
- Desenvolvimento das pessoas;
- Disseminação de informações;
- Não aceitação de erros;
- Constância de propósitos;
- Garantia de qualidade;
- Gerência de Processos.
Análise de Perigos em Pontos Críticos de Controle (APPCC)
O APPCC busca, através da análise da cadeia produtiva de alimentos, identificar em que momentos ou partes há o maior risco de contaminação do produto. A partir disso, ele traça uma rota preventiva para a produção. Desse modo, ele garante uma maior estabilidade e qualidade, tanto da parte operacional, quanto do produto final. O APPCC tem como objetivo identificar todos os fatores associados à matéria-prima, ingredientes, insumos e processo com o intuito de garantir a inocuidade do produto final até sua chegada ao consumidor. Nesse sentido, para que se possa fazer uma boa análise, é importante que se conheça exatamente os princípios desse, que são:- Identificação do perigo;
- Identificação do ponto crítico;
- Estabelecimento do limite crítico;
- Monitoração
- Ações corretivas;
- Procedimentos de verificação;
- Registros de resultados (COSTA, 2010).
Rastreabilidade
A rastreabilidade é uma ferramenta muito útil e que ganha muita força nos dias atuais, pois possibilita a recuperação do histórico ou a localização de um produto, em todo o processo, desde sua produção até o seu consumo. Dessa maneira, obtém-se a garantia de um produto de qualidade, identificação de locais de maior venda, quem é o seu consumidor e, em casos de recall, diminuição dos prejuízos e garantia da confiabilidade do produto, através de uma rápida identificação e localização dele. Para exemplificar, uma das ferramentas mais utilizadas para a rastreabilidade é o código de barras. Essa ferramenta, sozinha, garante uma agilidade maior de atendimento ao cliente, captação de informações, maior controle e diminuição de erros. Todos esses benefícios auxiliam no aprimoramento da gestão da qualidade, pois possibilitam um feedback passivo do seu produto. A implantação da rastreabilidade exige que todo o processo esteja integrado, desde o fornecimento de insumos e matéria-prima, passando pelos processos de produção, até chegar ao transporte. Assim, é possível ter um controle preciso e de boa qualidade. Mesmo adotando alguma ferramenta de gestão, é de suma importância que se faça o acompanhamento delas. Isso é feito pela obtenção e análise dos dados produzidos, seguidos pela elaboração de formas de potencializar os pontos positivos e combater os negativos da produção. Concomitantemente, também é importante fazer a manutenção da sua ferramenta de controle de qualidade, fazendo com que a evolução da qualidade seja contínua e gradual. Então, se, ao ler este artigo, você ficou com alguma dúvida ou interessado em implementar algum processo de controle de qualidade para aumentar a qualidade de seus alimentos, entre em contato conosco para que possamos ajudá-lo!Classifique este post!