Por Luiza Alvarenga e Julia Miranda –
“Free from” traduzido para o português significa “livre de”. O conceito se refere a um produto alimentício livre de algum tipo de substância específica. Nesse âmbito, esse ramo tem ganhado cada vez mais espaço no mercado de alimentos. Dentre essas categorias, os alimentos sem glúten são os que têm maior propensão de crescimento nos próximos anos.
Em um primeiro momento, esse aumento do consumo de alimentos “livres de” aconteceu devido a pessoas alérgicas ou intolerantes a determinadas substâncias. Nesse contexto, a tendência free from ganhou força após a aprovação em 2013 do rótulo de sem glúten pela FDA, Food and Drug Administration. Esse é um órgão governamental dos Estados Unidos que controla alimentos e medicamentos, de bastante renome e aceitação pelos consumidores.
Em vista dessa expansão dos “free from”, existem uma variedade de alimentos que estão enquadrados nessa categoria. Nessa conjuntura, alguns dos mais conhecidos são os alimentos sem glúten, sem lactose, sem gordura e sem açúcar.
Saiba agora as variedades no mercado de alimentos free from!
Alimentos sem glúten:
O glúten é uma mistura de proteínas que está presente em cereais, como o trigo e a cevada. Em indivíduos saudáveis, não há problema em consumir a substância, porém, para aqueles que não possuem a enzima transglutaminase o consumo pode ser prejudicial. Nesse contexto, a falta dessa enzima no organismo faz com que as moléculas do glúten não sejam quebradas. Nessa lógica, podem ser desenvolvidos problemas gastrointestinais se o glúten for consumido.
O mercado do glúten free atualmente, pela elevada procura de alimentos do tipo é um mercado muito rentável. Apesar disso, investir na venda desse tipo de alimento não é tão fácil assim. Nesse contexto, existem normas obrigatórias da rotulagem desses produtos que devem ser seguidas para o alimento ser vendido. Por causa disso, é preciso entender sobre essas normas antes de investir na venda desses tipos de alimentos.
Alimentos sem lactose:
A intolerância à lactose é a incapacidade que algumas pessoas têm de digerir o açúcar do leite e seus derivados. Nessa perspectiva, a falta da enzima lactase, que digere a lactose, faz com que os produtos lácteos não sejam devidamente digeridos no organismo de quem possui essa deficiência. Em virtude disso, o acúmulo de lactose não digerida no estômago pode causar problemas intestinais.
No cenário atual, cerca de 40% da população adulta brasileira possui algum grau de intolerância a lactose. Com isso, a indústria de alimentos tem se preocupado mais em investir na produção de alimentos para essa parcela da população. Nesse âmbito,nos últimos cinco anos, a venda de produtos zero lactose cresceu 98% no Brasil. Além disso, de acordo com a Euromonitor, cerca de 11% do faturamento das empresas que vendem lácteos advém de produtos zero lactose.
Porém, assim como o glúten, é preciso atenção com a rotulagem desses produtos zero lactose. Como exemplo, qualquer quantidade acima de 0,1% de lactose nos produtos deve ter a expressão “contém lactose” no rótulo da embalagem.
Alimentos sem gordura:
Nos últimos tempos, houve um aumento da preocupação das pessoas com alimentação saudável. Nessa perspectiva, segundo a Euromonitor, esse mercado de alimentação ligado à saúde e ao bem-estar cresceu 98% no país de 2009 a 2014. Dessa maneira, os indivíduos têm procurado alimentos livres de gordura tendo em vista uma melhor saúde.
Nessas circunstâncias, a gordura trans, por ter sua estrutura molecular mais estável, é a mais maléfica. Nessa lógica, ela não consegue ser completamente digerida pelo organismo, aumentando os níveis de colesterol ruim (LDL) no sangue. Por conseguinte, aumentou-se a procura no mercado por alimentos principalmente sem essa gordura.
Assim como o caso do glúten e da lactose, para alimentos sem gordura precisa-de de algumas atenções. Nesse sentido, rótulos contendo a palavra “light” não significam a ausência de gordura, apenas uma redução em relação ao produto original.
Alimentos sem açúcar:
Segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), o Brasil tem cerca de 12 milhões de diabéticos. Isso demonstra a importância de existirem alimentos sem açúcar no mercado.
Apesar desse dado ser alto, tem crescido o número de pessoas não diabéticas que buscam limitá-lo da dieta como hábito saudável. Nesse cenário, destacam-se alguns malefícios do açúcar. Dentre eles o ganho de peso, risco de desenvolver diabetes, colesterol alto e cáries. Nessa perspectiva e considerando a grande preocupação atual com dieta saudável, o uso de alimentos sem açúcar tem expandido bastante.
Assim como os casos acima, aqui precisa-se de atenção a algumas normas. Uma observação interessante, tanto para consumo ou venda, é que o rótulo de diet ou zero não significa necessariamente ausência de açúcar. Nessa lógica, a observação da rotulagem é de extrema importância.
Alimentos free from: por que investir?
Nos últimos anos, os alimentos free from têm ganhado bastante relevância. Segundo um estudo da Euromonitor de 2018, esses alimentos cresceram 8% ao ano entre 2012 e 2017 na América Latina. E não para por aí, esse segmento tem grande tendência de expansão pros próximos anos.
Apesar do consumo desses tipos de alimentos ter se iniciado em função do número de indivíduos intolerantes ou alérgicos a certos alimentos, algumas pessoas começaram a consumir os free from como um estilo de vida saudável. Nessa situação, explica-se o grande crescimento dos alimentos “livres de” nos últimos anos e a tendência de ascensão nos próximos também.
Nessa perspectiva, o mercado free from têm se mostrado bastante promissor para investimentos.
Saber como investir na fabricação desses alimentos é essencial para entender todas as legislações normativas dos produtos, além das formas de produção exigidas. Para isso, é bom que se tenha ajuda de uma empresa de consultoria para auxiliar nesse investimento.
Ficou interessado? Tem interesse em investir na área de alimentos free from mas não sabe como? Leia mais sobre como lançar um novo produto no mercado.