O Brasil é responsável por cerca de um terço da produção mundial de café. Além disso, o país é o segundo maior consumidor da bebida em todo o planeta. Então, com base na variabilidade dos grãos, os produtores nacionais têm fabricado diferentes tipos de café para o mercado consumidor. Desse modo, os cafés especiais e cafés gourmet estão ocupando cada vez mais espaço na mesa do brasileiro.
Nesse sentido, saber as diferenças de cada tipo de café é fundamental para quem deseja investir no mercado da bebida. Por isso, aqui nós iremos apresentar os principais tipos de café e as tendências do mercado para os próximos anos.
Tipos de grãos
Existem inúmeros tipos de grãos produzidos ao redor do mundo. Sendo que as plantas que dão origem a essa variedade são as chamadas arábicas e as robustas. As arábicas geram cafés como o Bourbon e Catuaí, e as robustas dão o sabor mais amargo ao café. Além disso, os blends são uma mistura de diferentes tipos de grãos que geram uma singularidade no aroma e sabor da bebida.
Tipos de café: quais as diferenças entre tradicional, superior, gourmet e especial?
A Associação Brasileira da Indústria de Café (ABIC) diz que é a qualidade global do café quem define o seu tipo. Dessa maneira, eles analisam e categorizam o café com base em diversos critérios, tais como seu aroma e amargor.
Cafés Tradicionais ou Extra fortes
Os cafés tradicionais ou extra fortes são produzidos para serem consumidos no dia a dia, o que gera um baixo custo. Ou seja, estes são constituídos por café robusta, blendados e café arábica. Sabemos que há grande presença de grãos defeituosos e para disfarçar as imperfeições a moagem é mais fina e a torragem mais escura. A qualidade geral para este tipo de produto, numa faixa de 0 à 10 para ABIC é ≥ 4,5 e ≤ 5,9.
Cafés Superiores
São cafés com um sabor mais marcante, compostos por robusta, blendados e arábica. Estes são considerados melhores do que os cafés tradicionais e extra fortes por possuírem uma qualidade geral maior e maior valor agregado. Para este produto, a faixa de qualidade é ≥ 6,0 e ≤ 7,2.
Cafés Gourmet
Os cafés gourmet são 100% arábica. Para a ABIC, este tipo de café é de altíssima qualidade devido à seleção de grãos e controle da torragem. Além disso, pode-se observar texturas achocolatadas e frutais. A faixa de qualidade é ≥ 7,3 até 10.
Cafés Especiais
Os cafés especiais são 100% arábica. Para receber esta classificação, o café deve atender inúmeros requisitos, como por exemplo o aroma, a acidez e o amargor. Ou seja, são produtos de alta qualidade por cumprirem esta série de avaliações, inclusive a da ASC (Association of Specialty Coffee). Vale salientar que estes cafés não precisam ser adoçados para rebuçar seu sabor.
A grande diferença entre cafés especiais e cafés gourmet está na classificação da ASC. Ou seja, cafés especiais passam por rígidos critérios da associação, já os cafés gourmet não entram na classificação.
Como escolher entre café em cápsula e em grão?
O café em grão consiste em grãos torrados, armazenados em pacote de alumínio para evitar a perda das características sensoriais. Por outro lado, café em cápsula se trata do café torrado e moído, armazenado em uma pequena cápsula de plástico ou alumínio. Então, para entender qual a melhor opção para o seu negócio, é interessante considerar as vantagens e desvantagens de cada um.
O processo de preparar o café em grão é mais artesanal, o que costuma ser mais valorizado. Um café fresco moído na hora oferece mais aroma e sabor, e tem um custo menor por xícaras. No entanto, exige maior atenção na higiene e regulagem da máquina, além de maior capacitação dos baristas. Então, como é utilizado aos poucos, o armazenamento com pacote aberto faz com que essas características se percam com o tempo.
Enquanto isso o café em cápsula permite maior diversificação de sabores, além de maior agilidade e praticidade no preparo do café. Como este armazenamento é feito em porções individuais, evita-se a perda das características sensoriais. As máquinas também são mais baratas que as de grãos, pois não exigem moinho, e são de fácil manutenção. Porém, a qualidade do sabor e aroma das bebidas será inferior às dos cafés artesanais.
Vale a pena investir nesse segmento?
O Rabobank divulgou estimativas para o consumo de cafés especiais no Brasil e projeções para os próximos anos. As estimativas, compiladas no gráfico abaixo, mostram que o consumo desses cafés quase triplicou entre 2014 e 2019. Além disso, a projeção indica que o consumo vai dobrar entre 2019 e 2023. Portanto, há muito espaço para a criação de novos negócios nesse ramo.
Uma pesquisa da ABIC apontou o aumento do consumo por jovens até 25 anos. Isso se explica pelas inovações do setor: cafeterias conceituais, explosão de cafés especiais e a praticidade dos cafés em cápsulas.
Considerando a busca por diversidade e praticidade na hora do café, o número de cafeterias no Brasil continuará crescendo. Isto representa maior demanda pelo empreendedorismo nesse setor e por baristas qualificados. Para o consumidor, haverá cada vez mais diversidade de locais para frequentar e marcas para experimentar.
Agora que você já sabe sobre os tipos de café pode decidir melhor sobre sua produção. Mas se ainda está na dúvida se vale a pena investir em produtos alimentícios. Não deixe de ler o texto indicado, e a qualquer momento sinta-se a vontade para entrar em contato com a Mult!
Por Caio Cardoso e Leticia Faria.