Os óleos essenciais são substâncias extraídas de plantas e são empregados em diversas indústrias, como a de perfumaria e cosméticos. Para a obtenção dessas substâncias, faz-se necessária a aplicação a métodos de extração, já que estão contidas no interior das plantas e junto de outras substâncias. Estes consistem em retirar, com grande seletividade, as frações ativas contidas na planta. Para cada óleo essencial existe um processo mais adequado para extraí-lo, de forma a manter sua integridade e suas propriedades. Mas quais seriam os principais métodos?
Destilação a Vapor na extração de óleo essencial
Esse método é o mais empregado na produção de óleo essencial mundialmente. Ele consiste, basicamente, em submeter o material vegetal que possui o princípio ativo desejado à ação de vapor d’água, já que pode extrair o óleo através do chamado “arraste por vapor”. Inicialmente, irão evaporar os líquidos mais voláteis. Esses vapores seguem por uma coluna até os tanques de resfriamento, onde retornarão para o estado líquido, porém agora separados das demais substâncias.
Um destilador, também chamado de extrator, é composto por três partes: a dorna, o condensador e o vaso separador. A primeira destas é o recipiente onde se compacta a matéria-prima vegetal. Esse passo é extremamente importante e interfere diretamente na rapidez e no rendimento do processo. Isso porque serão retiradas impurezas, sementes, galhos e folhas, restando apenas as partes que contêm o produto desejado. Ademais, o aumento da superfície de contato entre o óleo permite que este seja retirado com mais facilidade. O condensador é responsável por resfriar a mistura de vapores. Já o vaso separador, como o próprio nome sugere, separa a mistura para que se obtenha a substância desejada isolada. Em processos industriais, ainda, há a caldeira, cujo objetivo é produzir o vapor d’água.
Para a extração de óleos vegetais cujos componentes são delicados e poderiam ser afetados por altas temperaturas, pode-se, ainda, utilizar a destilação a vapor com vácuo. Nela, a água ebule a temperaturas inferiores a 100 ºC, garantindo que os componentes do óleo mantenham suas propriedades. Esse método é aplicado, por exemplo, na extração de óleos cítricos. Apesar disso, outros métodos podem ser mais ideais outros compostos.
Extração por solventes
Em razão da fragilidade de algumas plantas, processos como destilação a vapor podem degradar os componentes que constituem o óleo. O processo de extração por meio da utilização de solventes é um método menos agressivo e serve de alternativa para contornar esse problema.
Constitui-se por duas etapas, sendo a primeira referente à utilização de solventes apolares como hexano e tolueno. Após filtrar essa mistura e concentrá-la por meio de destilação simples, forma-se o chamado concreto. Este é constituído não somente pelo óleo essencial mas também por ceras, gorduras e outros compostos oleosos. Por esse motivo, apresenta consistência pastosa. Posteriormente, adiciona-se um solvente polar com o objetivo de purificar as substâncias oleosas. Por fim, obtêm-se um produto, denominado absoluto, de consistência líquida.
Certos solventes possuem um certo grau de toxicidade, o que pode ser preocupante tendo em vista a saúde de quem utilizará o óleo essencial. No entanto, diversas medidas podem ser tomadas para garantir que os produtos sejam totalmente seguros para uso. Um exemplo seria o uso de ciclohexano no lugar do hexano ou o uso de tecnologias capazes de eliminar compostos com certo grau de toxicidade do concreto e do absoluto.
Prensagem a frio para a obtenção de óleo essencial
Nesse processo, muito utilizado para a produção de óleos cítricos e vegetais, os frutos são direcionados para as prensas hidráulicas. Dessa forma, obtêm-se o suco e, simultaneamente, os óleos. Posteriormente, forma-se uma emulsão, na qual os óleos e outros compostos são removidos através do uso de um ciclone. Clarifica-se a mistura em centrífugas, que separam os componentes com base na miscibilidade (leia-se sua capacidade de formar ou não uma mistura homogênea, com apenas uma fase) de líquidos de diferentes densidades. Como óleos possuem baixas densidades, são extraídos na fase mais leve, que é concentrada por um segundo processo de centrifugação. Finaliza-se esse processo a partir de uma decantação do produto da etapa anterior.
Além desse processo, é possível realizar, também, a desterpenação. Assim, se reduz a quantidade de terpenos (compostos de origem vegetal) na mistura, o que é bastante vantajoso pois estes se degradam com facilidade. Dessa forma, aumenta-se a concentração da fração oxigenada, realçando seu sabor e aroma.
Hidrodestilação
Na hidrodestilação, a matéria vegetal fica imersa em água, o que possibilita que a extração seja feita a temperaturas inferiores a 100 ºC. Isso é muito positivo pois, como já mencionado anteriormente, evita a perda de compostos sensíveis a altas temperaturas.
Apesar disso ser muito positivo, torna o processo lento e diminui muito seu rendimento. Por esse motivo, esse processo é mais utilizado em escala laboratorial, sendo quase obsoleto em processos industriais.
Sabe-se, portanto, que existem diversos métodos capazes de extrair óleos essenciais de maneira efetiva e com alto rendimento. É válido ressaltar que a escolha do método depende de vários fatores, como a natureza da matéria-prima e as propriedades de seus componentes, além do tamanho da produção. Tendo em vista que óleos essenciais possuem uma grande gama de aplicações e que seu mercado é bastante promissor, que tal saber um pouco mais sobre como montar sua indústria de óleos essenciais?