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Como começar uma produção de vinhos artesanais?

A produção de vinhos artesanais é um processo que está presente na humanidade desde as culturas mais antigas. Diante disso, com o passar do tempo, essa prática foi se desenvolvendo e, atualmente, o vinho está entre as bebidas fermentadas mais populares do mundo.  

Para se ter uma noção da dimensão do mercado para essa bebida fermentada, considerando o consumo de vinho por país, o Brasil ocupa a 13ª posição, consumindo 430.000.000 litros de vinho.

Entretanto, de um modo geral, uma produção de qualidade se inicia com a escolha das uvas que serão utilizadas e seguem processos como: fermentação, a estabilização, o envase, o envelhecimento em garrafas, a rotulagem e a expedição.  

Quer saber como produzir vinhos artesanais? Descubra a seguir quais os principais pontos a serem considerados.

Qualidade do vinho artesanal

Antes de tudo, é importante definir qual o tipo de produção de vinho artesanal. Nesse aspecto, em casos se tratando de vinhos não exóticos,  inicia-se pela escolha e pelo entendimento da principal matéria prima dessa bebida: a uva.

Dessa forma, para tal escolhe-se a(s) variedade(s) de uva que se deseja utilizar no vinho, tendo como norteador as características que se deseja alcançar com o vinho produzido.  

Ademais, no processo de definição cabe ressaltar que existem diferentes classificações para o vinho, comumente classificados de três modos: quanto à cor, quanto à sua classe e quanto ao seu teor de açúcar.

Planejamento da produção de vinhos artesanais

Outro ponto de extrema importância a ser considerado antes de iniciar a produção de vinhos artesanais, é o planejamento do espaço para a produção, dos processos produtivos, e dos equipamentos necessários e seus custos. 

O espaço, por exemplo, sem um layout  ou um mínimo planejamento, pode ser um ponto de atenção  responsável por impedir que a produção atinja o volume desejado e a qualidade desejada.

Processo produtivo

Por fim,  é de extrema importância o domínio de um  processo produtivo em alinhamento com a qualidade desejada e com as especificidades de uma produção que atenda às normas da legislação e regulamentação vigentes.

De um modo geral, para a produção de vinhos artesanais se faz um  conjunto  de processos em prol  da transformação da uva madura em vinho. Nesse sentido, as principais fases deste processo são a fermentação, a estabilização, o envase, o envelhecimento em garrafas, a rotulagem e a expedição. 

Desengace e esmagamento

Este é o processo que inicia a vinificação. Na vinícola, as uvas são colocadas na desengaçadeira-esmagadeira – máquina que remove os engaços dos grãos (os quais adicionam um amargor indesejável ao vinho) e, de maneira sutil, rompe as cascas das uvas.

Desta forma, o suco da uva escorre livremente, sem que as cascas e sementes sejam esmagadas.Para a elaboração de vinhos brancos e espumantes, este primeiro suco obtido através do esmagamento, chamado de mosto-flor, é separado e utilizado preferencialmente para elaborar vinhos mais nobres, pois, é um suco mais rico em açúcares, menos ácido e menos tânico.

Prensagem

Após o esmagamento das uvas, o mosto é prensado para separar as cascas e sementes do suco.

Esta prensagem inicial é apenas realizada na elaboração de vinhos brancos.

Os vinhos rosés e tintos pulam esta etapa, pois são fermentados juntamente com as cascas para ganharem cor.

Fermentação

Na fermentação, as leveduras se alimentam do açúcar natural presente no suco das uvas e o transformam em álcool e dióxido de carbono.

Contudo, uma das primeiras decisões do enólogo nesta etapa, é escolher fermentar o vinho em tanques de aço inox ou barris de carvalho.

Os tanques de aço, utilizados na maioria das vezes, tem poder de preservar o frescor das uvas, oferecendo ao vinho maiores sabores de frutas.

Por outro lado, a fermentação em madeira prepara o vinho para, ao final do processo, amadurecer em barris, tornando-os mais ‘macios’ ao paladar. Vinhos fermentados em carvalho geralmente são mais claros, menos frutados e ganham aromas e sabores amadeirados.

A temperatura de fermentação também é um fator importante para o sucesso da vinificação.

Trasfega

Após o término da fermentação alcoólica, resíduos sólidos, matéria orgânica, bactérias e leveduras se depositam no fundo do tanque.

De modo a evitar que sabores e aromas indesejáveis sejam passados ao vinho, se realiza a transferência para um recipiente limpo.

Clarificação e estabilização

Após isso, se realizam processos em que removem-se componentes do vinho artesanal que podem deixá-lo turvo.

Em seguida, são feitas estabilizações do tipo ao calor, ao frio e microbiológica para garantir mais qualidade ao vinho, de forma que:

Ao calor – evita que o vinho submetido à altas temperaturas se torne turvo.

Ao frio – evita que cristais se formem em baixas temperaturas.

Microbiológica – evita que novas fermentações aconteçam depois do vinho engarrafado.

Amadurecimento

O processo de amadurecimento do vinho pode, basicamente, ser feito em tanques de aço ou barris de carvalho.

Além disso, tanques de aço limitam a exposição do vinho ao oxigênio, mantendo-os mais frescos.

Já os barris de carvalho possibilitam maior oxigenação, o que ajuda na redução de taninos e acidez, além de conferir ao vinho novos aromas e sabores – geralmente de especiarias, baunilha, coco, nozes, entre outros.

Engarrafamento

Após passar por todas as etapas descritas anteriormente, os vinhos são então engarrafados e deixados em repouso na vinícola, até estarem prontos para comercialização.

Este repouso é benéfico para todos os vinhos, para que eles se estabilizem e se recuperem de uma possível ‘doença da garrafa’ – causada por agitação e exposição da bebida ao oxigênio durante o engarrafamento.

Assim, os vinhos podem repousar nas vinícolas por dias, semanas ou meses, porém, alguns podem permanecer em garrafa por muitos anos.

Conclusão

Como vimos, a fim de evitar eventuais problemas e de conseguir realizar  a produção de vinhos da melhor forma, é muito importante fazer um estudo e um planejamento acerca da produção de vinhos artesanais.

De um modo geral, é por meio de um bom direcionamento que se tem as respostas para perguntas como: Quais as etapas envolvidas no processo ? Qual maquinário devo utilizar ? Quais as normas envolvidas para esse tipo de produção?

Dessa forma, incorporando conhecimento e direcionamento no ato de adicionar aditivos  é que se consegue , de fato, os benefícios que eles fornecem.

Por Gabriel Janson

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